Cartas Feministas: psicologia em tempos de pandemia
Sinopse
Este livro-carta nasce da ideia de nos esparrarmos no papel de um modo que a escrita acadêmica geralmente nos impede de fazer: livremente. Estas cartas foram construídas em meio à pandemia de Covid-19 e procuram retratar os esforços que tivemos que fazer enquanto professoras/es, pesquisadoras/es, irmãs/os/es, mães, amigas/os/ues – brasileiras/es/os! que somos. No convite que fizemos para as/os/es autoras e autores destas cartas, nosso propósito era de que relatassem como tinham vivido o período de crise sanitária e adensamento do autoritarismo por que o Brasil passava (e ainda passa). Pedimos para que refletissem para quem gostariam de enviar a carta escrita, nos contando sobre suas experiências como docentes e pesquisadoras/es em um momento tão singular de isolamento social. Quais dispositivos de ensino, pesquisa e extensão em Psicologia estavam desenvolvendo? Quais estratégias de encantamento estavam utilizando para produzir resistências dentro da Universidade, da Psicologia e, também, em suas vidas e nas daquelas/es pelas/es/os quais sentiam afetos? Quais adoecimentos e quais redes e recursos estavam sendo acionados para se fortalecerem? Estariam conseguindo esticar a esperança e pensar num futuro possível? Para responder a essas questões – e nos colocar outras mais –, convidamos parceiras/es/os espalhadas/es/os por nosso mapa político e afetivo, na tentativa de produzir escritas plurais. As cartas contidas neste livro ser lidas como quiserem, por isso, em nosso baú, nós as organizamos da seguinte forma: as “cartas iniciais” têm como propósito refletir sobre como é escrever em tempos pandêmicos; as “cartas do meio”, por sua vez, abordarão o trabalho e a pandemia e as “cartas do fim” procuram dar visibilidade às violências institucionais que acontecem no cotidiano das Universidades.